Freguesia da Ajuda já tem a rede de bicicletas GIRA

Os moradores da Ajuda foram os últimos a conseguir ter no território a rede de bicicletas GIRA. Carlos Moedas agradeceu a paciência dos moradores e da Junta, mas Jorge Marques aproveitou para pedir mais estações da GIRA nos vários pontos da freguesia que continuam privados de estações da GIRA.

No dia 10 de maio, a Câmara de Lisboa e a EMEL inauguraram mais três estações – na Rua Almerindo Lessa/ISCSP, na Avenida da Universidade Técnica/Rua Sá Nogueira e na Rua Joaquim Fiadeiro/Residência Universitária – de bicicletas GIRA na freguesia da Ajuda, com um total de 83 docas. A Ajuda era a única freguesia de Lisboa que estava privada desta oferta de mobilidade suave.

Afirmando-se como uma proposta alternativa de transporte urbano eficaz, económica e sustentável, o sistema permite aos residentes em Lisboa, com o passe Navegante válido, acesso gratuito à rede GIRA, em viagens até 45 minutos.

A medida, afirmou Carlos Moedas, permite “tornar a GIRA mais acessível” e aposta no crescimento do número de viagens: cerca de 2,9 milhões registadas no ano passado.
A rede GIRA tem agora 195 estações na cidade, com 3 894 docas e uma frota de 2 090 bicicletas elétricas.

Aumentar substancialmente a oferta

O presidente da Câmara de Lisboa contextualizou que no início de seu mandato encontrou uma realidade em que “se viam as trotinetes caídas pelas ruas da cidade”, para a duplicação do número das bicicletas GIRA na capital. Mostrou-se satisfeito pela “compreensão” da Junta de Freguesia da Ajuda em “ser o último” ponto da capital a ser contemplado por este plano de mobilidade suave.

Carlos Moedas defendeu que este meio de transporte “não é para lazer”, é “um modelo alternativo de transporte”, reiterando que o objetivo do Município visa “aumentar substancialmente este tipo de deslocações amigas do ambiente”.


O edil voltou a insistir na “necessidade de Lisboa ter mais polícias” para ajudarem a controlar a mobilidade na cidade, mas defendeu que a EMEL “está a fazer um trabalho extraordinário” nesse campo e que os trabalhadores desta empresa municipal “fazem um trabalho de prevenção e didático”, em vez de andarem na caça à multa, segundo Moedas.

O autarca aproveitou para anunciar que o Município “investiu 165 milhões de euros em autocarros”, sendo 60% deles movidos a energias limpas, revelando que, em 2027, “apenas 13%” dos autocarros da cidade de Lisboa serão alimentados a combustíveis fósseis.

EMEL congratulou-se com a chegada das GIRA a todas as freguesias

“A EMEL cumpre hoje um dos seus grandes objetivos, a existência de estações da Rede GIRA em todas as 24 freguesias de Lisboa.

Neste mandato, a GIRA duplicou todos os seus números, quando comparados com outubro de 2021. Tem hoje o dobro das bicicletas, com mais de 2000 em frota, permitindo uma maior disponibilidade e resposta à procura”, sublinhou Carlos Silva, presidente da EMEL.

Segundo o responsável, em termos de estações, e depois das inaugurações de hoje, a GIRA atinge as 195 estações, distribuídas pelas 24 freguesias de Lisboa, um aumento que tem sido efetuado de forma sustentada ao longo dos últimos quatro anos, já que, em 2021, a rede chegava a apenas 14 freguesias, com um total de 102 estações.

“Este alargamento da rede foi especialmente direcionado para zonas mais periféricas da cidade, garantindo maior proximidade com os utilizadores e permitindo que cada cidadão esteja sempre, em média, a menos de 10 minutos de uma estação, a pé”.

A GIRA duplicou também o número total de viagens face a 2021, “refletindo a crescente adesão por parte dos utilizadores à mobilidade suave e a consolidação do sistema como uma proposta alternativa de transporte urbano eficaz, económica e sustentável”.

De recordar ainda que, desde a sua criação em 2017, a GIRA já realizou mais 12 milhões de viagens, ultrapassando os 40 milhões de quilómetros.

“Todos estes números demonstram o impacto positivo da GIRA na mobilidade urbana e na sustentabilidade ambiental de Lisboa. O crescimento contínuo da rede veio assegurar a democratização do sistema. O acesso à rede de bicicletas passou a ser gratuito para todos
os residentes em Lisboa e, ao nível do território, este alargamento a todas as freguesias sem exceção permite a redução das desigualdades sociais. Estamos perante um modo de transporte que promove estilos de vida saudáveis e sustentáveis, simultaneamente amigo do ambiente e inclusivo do ponto de vista social.” resume o presidente da EMEL.

Carlos Silva reconheceu, todavia, a “morosidade” dos processos de licenciamento, anotando que o posto da Ajuda levou dois anos para ser concretizado, justificando a chegada tardia à Ajuda. E agradeceu a colaboração da CML na “simplificação” dos processos burocráticos que estavam a atrasar a plena implementação das GIRA na capital.

Jorge Marques quer rede Gira alargada a toda a freguesia

A Ajuda foi a última freguesia de Lisboa a ser incluída na rede GIRA. O presidente da Junta de Freguesia da Ajuda congratulou-se com a vinda das bicicletas para a freguesia, até porque “era um pedido que já tínhamos feito há muito tempo”. Mas lembrou que a medida “só vai abranger uma pequena parte da freguesia”, que é muito extensa, e necessita de ser alargada com mais pontos de GIRA, nomeadamente na Boa Hora, na Memória e no Caramão da Ajuda.

Em conversa com o “Olhares de Lisboa”, Jorge Marques reconheceu que o facto de, mais uma vez, a Ajuda ter ficado para último “se calhar, é só mais um mero acaso”, mas o autarca defendeu que a Ajuda “deveria ter tido prioridade”, e que “faria todo o sentido” que as GIRA “tivessem chegado mais cedo”.

“Estamos a falar de uma freguesia que tem quase 10 mil alunos nas universidades do Campus, que é população que adere mais facilmente a este tipo de mobilidade suave. E, por isso, fomos insistindo com o presidente de Câmara que as bicicletas viessem para cá.

Mas eu percebo que haja contingências que atrasam a vinda das bicicletas para o nosso território”, asseverou, reiterando que “é importante” que o projeto “continue porque só chegou a uma ponta da freguesia”.

Jorge Marques reivindicou ainda “ser muito importante” que o Parque de Monsanto passe a ter uma ciclovia, para que a “mobilidade suave” seja uma realidade no “pulmão” da capital.

 

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