AJUDA, ONDE A MODERNIDADE E O TRADICIONAL SE MISTURAM

Muitos acreditam que a freguesia de Lisboa está a tornar-se um dos pontos ex-libris de Lisboa, devido ao aumento substancial da procura de habitação, tarefa difícil porque a oferta não abunda, e também pelo enorme fluxo de turistas.

Situada numa das zonas mais nobres de Lisboa, a freguesia da Ajuda beneficia de estar perto de um dos principais centros turísticos da capital: Belém. Os seus monumentos e as suas casas típicas, a par de construção nova de luxo, que faz deste bairro um ponto de interesse para quem procura qualidade de vida, atraem cada vez mais população jovem.

Aqui se misturam o típico bairro de Lisboa com a modernidade. Apesar desta evolução, alguns habitantes queixam-se de alguma falta de limpeza nas ruas e escassez de transportes públicos.

Mas o que os moradores valorizam mais no seu bairro é a segurança nas ruas, o ambiente de bairro e orgulho de estar numa freguesia com tantos pontos de interesse turístico.

Isso mesmo é que diz Ana Santos 51 anos, cabeleireira, Rua Bica do Marquês. Segundo esta moradora, «é um bairro muito típico. Já teve uma fase em que a população estava muito envelhecida. Agora, não está tanto. Muitos jovens estão a voltar para a Ajuda. Além de ter transportes que dão acesso a tudo o que se possa imaginar, é um bairro muito agradável.

Mas são múltiplas as razões que tornam apetecível de desejada esta freguesia, nomeadamente: «o Jardim Botânico, que é lindíssimo. Na parte de baixo temos o jardim de Belém que também é muito bom. Há ainda o Palácio da Ajuda, que neste momento está em obras, mas que se pode visitar».

Todavia, esta moradora, assim como outros residentes, queixa-se da falta de estacionamento, reivindicando «mais transportes públicos», criticando o facto de, durante o mês de agosto, «existirem menos transportes».

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Junta precisa melhorar atendimento

Mario Felgueiras, 50 anos, reformado, da Calçada da Ajuda, defende, caso fosse presidente da junta, o melhoramento do atendimento que, em seu entender, «é um pouco frio, não estando muito presente nas situações da população». No entanto, isso não coloca em causa que, «atualmente, este bairro seja um ótimo sítio para viver, existindo muitos estrangeiros».

Mas, acima de tudo, o que é importante para Mário Felgueiras é a «simpatia, amizade e os bons transportes públicos, o que aliado à grande oferta de restaurantes e cafés, lhe dá aquela «coisa de bairro».

Fernando Portugal, de 81 anos, reformado, Travessa da Memória, tem o mesmo sentir/gostar o bairro que outros moradores. «Este bairro é maravilhoso para viver. Foi onde eu nasci e fui criado. Onde criei a minha família» afirma orgulhosamente e, como é um cultor da arte de bem receber, defende: «temos tudo o que o turismo necessita. Bastantes monumentos: o Palácio da Ajuda, os Jerónimos. Há muita coisa para ver. Não se pode dizer que seja um sítio muito barato para viver».

Segundo ele, devia haver mais limpeza ruas e, se fosse responsável na autarquia, «daria mais atenção à questão da estética, porque é uma zona turística».

Criminalidade baixa

Luís Pinheiro, 36 anos, vigilante e morador no Largo da Paz, trás a terreiro a questão da segurança: «é um bom bairro para viver, a nível de criminalidade não se sente, existem pequenos furtos, mas não é nada de relevante», reconhece para, de imediato, pedir «mais algumas caixas multibanco para o bairro»

Um aspeto negativo que condiciona, de certa forma a vida de bairro, é a transformação da «maioria das casas, cerca de 8 em cada 10, em alojamento local. Os preços das rendas são caríssimos. Eles encarassem os preços para não terem moradores. É preferível ter o turista o ano todo». O que o leva a concluir: «é difícil viver na Ajuda porque não querem que as pessoas cá vivem».

Apesar de reconhecer que, caso fosse presidente de junta, não faria nada diferente, Luís Pinheiro sempre vai lembrando o poder autárquico que fazem falta alguns espaços de lazer para as crianças. «Há alguns, mas são afastados da zona centro da freguesia», afirma.

Já para Helena Teixeira, 87 anos, reformada, da Travessa da Boa-Hora, está tudo bem. «Vivo aqui no bairro há 55 anos. É um bairro calmo para viver», defende, recordando que, «aqui estamos bem servidos de tudo. Temos todo o tipo de comércio e bons restaurantes».

Mas, para «esta jovem sénior», o mais importante do bairro são as relações entre as pessoas. «Há muita atenção e simpatia no bairro», remata.

A freguesia

A Ajuda é uma freguesia pertencente à zona ocidental da capital e foi uma das que se manteve aquando da reorganização administrativa da cidade de Lisboa, sofrendo apenas pequenos ajustes nos limites com as freguesias vizinhas, dos quais resultou um pequeno ganho territorial.

À semelhança de outras freguesias de Lisboa, também a Ajuda fez parte, entre 1852 e 1885, do Concelho de Belém tendo depois sido reinserido em Lisboa. Atualmente, tem vindo a perder população devido à crescente tendência das pessoas se deslocarem para a periferia da capital. A freguesia tem um património rico e variado fruto das muitas gerações que por lá passaram.

A freguesia da Ajuda tem sido renovada depois de ultrapassados os anos de crise de Portugal e assim mais habitada e até mesmo classificada como o “Novo Bairro Alto” de Lisboa. Melhorias constante na habitação e espaço público tal como nos serviços prestados à população.

Entre os vários monumentos e locais de interesse a visitar recomendamos: Palácio Nacional da Ajuda ou Paço da Ajuda; Igreja da Memória ou José; Miradouro; Convento de Nossa Senhora da Boa Hora; Conjunto dos Fornos de El-Rei; Paço Velho; Torre da Ajuda; Vila Pedro Teixeira; Ermida de Nosso Senhor do Cruzeiro; Jardim Botânico; Palácio dos Condes da Ega; Monumento a D. Carlos I.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

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