CELEBRAÇÃO DO 4º ANIVERSÁRIO DO PASSE NAVEGANTE

O 4.º aniversário da entrada em vigor do Navegante, sistema tarifário criado para toda a Área Metropolitana de Lisboa, foi assinalado no dia 30 de março

Autarcas e membros do Governo estiveram em Sesimbra para celebrar 4.º aniversário do passe Navegante, o sistema tarifário da Área Metropolitana de Lisboa (AML) em vigor desde abril de 2019.

O 4.º aniversário da entrada em vigor do Navegante, sistema tarifário criado para toda a Área Metropolitana de Lisboa, foi assinalado no dia 30 de março, no Cineteatro Municipal João Mota, em Sesimbra.

As “vantagens económicas e ambientais” dos transportes públicos e do Navegante e a apresentação da nova campanha Navegante, foram os pontos altos da cerimónia.

A cerimónia contou com a presença do ministro do Ambiente e da Ação Climática, Duarte Cordeiro, o presidente da Câmara Municipal, Francisco Jesus, e o secretário de Estado da Mobilidade Urbana, Jorge Delgado, que sublinharam a importância desta solução de transportes criada para a AML.

Efeitos económicos

Ao abrir a sessão, Francisco Jesus, presidente da Câmara Municipal de Sesimbra, afirmou ser uma “honra” receber no município a cerimónia que celebra a “medida com maior amplitude económica. dos últimos anos, no seio dos agregados familiares“.

A adoção do passe Navegante no município de Sesimbra, refletiu-se numa “redução de quase 400 euros mensais, no caso de famílias com três elementos que utilizam os transportes regularmente”, explicou o autarca.

O edil sublinhou, “se à dificuldade vivida durante o tempo de pandemia, somarmos, hoje, a instabilidade de preços de matérias-primas e de custos operacionais, não será difícil concluir que existe uma clara necessidade de estabilizar financeiramente uma operação que não pode, de todo, andar para trás”.

Caminhar em direção à gratuitidade

Antes pelo contrário, afiança, “por motivos económicos, sociais e ambientais temos de continuar a trabalhar para aprofundar mecanismos que garantam uma melhor e mais eficaz oferta, e uma progressiva gratuitidade”, concluiu.


O presidente da câmara de Sesimbra afirmou que esta solução “deve ser aprofundada”, sendo fundamental que a Administração Central assegure a comparticipação financeira necessária à gestão atual da operação”, completou, garantindo que os municípios envolvidos asseguram o financiamento para esta solução de transportes.

Mais mobilidade

Por seu turno, o Secretário de Estado da Mobilidade Urbana, Jorge Delgado, sublinhou que, “pelo menos desde as últimas duas décadas, o tema da mobilidade ganhou uma centralidade enorme na definição das políticas públicas, e naquilo que são as preocupações fundamentais dos cidadãos”.

O Secretário de Estado reconheceu que o “Navegante tornou mais atrativa a utilização dos transportes públicos, que têm de ser a espinha dorsal da mobilidade”.

Jorge Delgado fez questão de salientar que “não deve ser negligenciado o efeito da simplificação tarifária gerada pelo bilhete Navegante, ao passar de uma situação complexa, onde existiam mais de 400 passes disponíveis e mais de 7 700 tarifas distintas para apenas duas grandes tipologias” – o passe Navegante Municipal, com um custo de 30 euros mensais, e o passe Navegante Metropolitano, com um valor de 40 euros mensais.

Neutralidade carbónica

Também presente na cerimónia, o ministro do Ambiente e da Ação Climática, Duarte Cordeiro, reafirmou “o compromisso” e a “importância que a mobilidade tem para atingir os objetivos coletivos”, principalmente, de atingir a neutralidade carbónica, algo que o país propôs realizar até 2050.

“Para vencer o desafio da descarbonização temos de continuar o caminho que se iniciou em 2019 e apostar nos transportes coletivos”, afirmou, revelando o investimento estatal no valor de 900 milhões de euros, feito em transportes públicos entre 2019 e 2022.

Nova campanha Navegante

No decorrer da cerimónia realizou-se uma apresentação relativamente à nova campanha Navegante, que, segundo Rui Lopo, administrador da Transportes Metropolitanos de Lisboa (TML), procura “desmitificar as vantagens” do “principal adversário dos transportes públicos: o carro”.

Rui Lopo começou por questionar se os automóveis fazem tudo bem. “A comunicação em torno do transporte individual raramente partilha aspetos menos bons, complementou Faustino Gomes, Presidente do Conselho de Administração da TML, realçando que, o “transporte público existe e tem muitas vantagens em relação à utilização do carro”.

Vantagens do transporte publico

Assim sendo, a Transportes Metropolitanos de Lisboa pretende apostar numa comunicação mais “efetiva” e “presente” da mobilidade coletiva, já a partir do lançamento da nova campanha, brevemente disponível ao público.

“Estamos com 97% das vendas do passe Navegante face ao período de 2019. A diferença de 3% equivale, aproximadamente, a 700 mil euros. De facto, cada euro que investimos em comunicação é importante para trazer pessoas para os transportes públicos”, esclareceu.

“Apesar da pandemia que teve um impacte negativo na operação, o passe Navegante cumpriu o seu efeito. Ele é o futuro”, disse Faustino Gomes após um balanço da operação do passe Navegante ao longo dos quatros anos. Acrescentando, ainda, as vantagens que trouxe para a população dos concelhos abrangidos.

“Impacto na vida das pessoas”

Por seu turno, a Presidente do Conselho Metropolitano de Lisboa, Carla Tavares, destacou a “confiança” do serviço, mas não pôde deixar de mencionar as dificuldades presentes.

“Desde o dia 1 de janeiro deste ano que a Carris Metropolitana opera em pleno na Área Metropolitana de Lisboa (AML). Com esta operação assistimos diariamente a 20 mil circulações, mais de 20% que o modelo anterior em mais de 700 linhas, das quais 13% novas, numa área urbana com cerca de 3 mil quilómetros quadrados.

“Os desafios têm sido vários”, contou. “Todos temos consciência do impacto que tem tido na vida das populações. No entanto, apesar de todas as adversidades, estas têm sido paulatinamente superadas com a participação de todos”, concluiu Carla Tavares.

Tempos difíceis

Já o ministro do Ambiente e da Ação Climática, saiu em defesa da Presidente do Conselho Metropolitano de Lisboa, aplaudindo a “coragem” da Área Metropolitana de Lisboa por “lançar uma operação de magnitude da Carris Metropolitana” em momentos “particularmente difíceis”, referindo-se à pandemia e à guerra na Europa.

Duarte Cordeiro afirmou, ainda, não ter dúvidas de que a Carris Metropolitana vai “ter um impacto relevante na vida das pessoas por aquilo que representa na imagem de qualidade ao nível do transporte público”.

Já Carlos Humberto de Carvalho, primeiro-secretário Metropolitano, definiu a criação do passe Navegante como “um caminho certo na mobilidade na Área Metropolitana de Lisboa”, complementando que “só foi possível com empenho, articulação, cooperação e consenso entre os municípios, o Governo e várias entidades com intervenção no setor”.

Carlos Humberto de Carvalho, assegurou que, “com visão, ousadia, energia, criatividade e saber vamos continuar a trilhar este caminho”.

Sabe quantos passes existem?

O passe Navegante abrange cerca de 18 municípios da Área Metropolitana de Lisboa (Alcochete, Almada, Amadora, Barreiro, Lisboa, Cascais, Oeiras, Loures, Mafra, Moita, Montijo, Odivelas, Palmela, Seixal, Sesimbra, Setúbal, Sintra e Vila Franca de Xira) e pode ser utilizado em todas as empresas de serviço público de transporte regular de passageiros.

No total estão disponíveis 19 passes: um passe navegante metropolitano e 18 passes navegante municipal, destinado a cada município.

 

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