Apontada por muitos como «responsável» pela singularidade da luz de Lisboa, a Calçada Portuguesa já apresentou a sua candidatura a património imaterial nacional, por ser um fator de identidade e de diferenciação histórica, artística e cultural nacional.
A arte de esculpir a pedra conjugada com a criação de composições figurativas que se traduz num pavimento único, traduzida na Calçada à Portuguesa, já formalizou a sua proposta de inscrição da «Arte e Saber-Fazer da Calçada Portuguesa» no Inventário Nacional Património Cultural. Apresentada na Câmara Municipal de Lisboa, pelo presidente da Câmara Municipal de Lisboa, Fernando Medina, e pelos representantes da Associação da Calçada Portuguesa, esta candidatura tem como finalidade a proteção, a valorização, a promoção e a internacionalização da calçada portuguesa enquanto património cultural e factor de identidade de Lisboa e de Portugal, como um traço identitário, afetivo e artístico marcante das cidades, vilas e aldeias nacionais e uma pegada cultural da presença dos portugueses no Mundo
Marca identitária da capital portuguesa, a Calçada Portuguesa – arte de esculpir a pedra conjugada com a criação de composições figurativas que se traduz num pavimento único – é apontada por muitos como uma das razões para a singularidade da luz de Lisboa.
As composições de pedras pretas e brancas que muitos lisboetas e visitantes pisam todos os dias são verdadeiras obras de arte ao ar livre, saídas das mãos de calceteiros e mestres calceteiros.
A Calçada Portuguesa é um valor único de Lisboa e continua bem viva nas suas ruas e praças, nomeadamente, no inconfundível padrão Mar Largo no Rossio, nos floreados dos passeios na Avenida da Liberdade ou nas recentes composições com animais no Jardim do Campo Mártires da Pátria.
Desde 2017 a defender a calçada
A Associação da Calçada Portuguesa foi constituída, em 2017, por impulso da Câmara Municipal de Lisboa. Integra a Associação Portuguesa dos Industriais de Mármores, Granitos e Ramos Afins, a UCCLA, o Grupo Português da Associação Internacional para a Proteção da Propriedade Intelectual e a Universidade de Lisboa e, desde 2020, a Câmara Municipal de Porto de Mós.
A Associação da Calçada Portuguesa ambiciona vir a ser a entidade de referência nacional e internacional na salvaguarda e preservação da Calçada Portuguesa como um traço identitário, afetivo e artístico marcante das cidades, vilas e aldeias nacionais e uma pegada cultural da presença dos portugueses no Mundo
Segundo a Associação, a Calçada Portuguesa contribui para a requalificação dos espaços públicos urbanos e revela-se como um fator de impacto considerável na qualidade de vida das populações e na potenciação da identidade artística nacional e dum saber-fazer artesanal que é uma arte única no mundo.
No entanto, lembram que sem os profissionais detentores do saber-fazer de uma arte que alia conhecimentos técnicos ao refinamento estético e à sensibilidade poética de um povo, não haveria Calçada Portuguesa, o primeiro passo é o reconhecimento nacional do saber-fazer, enquanto Património Cultural Imaterial (PCI). Sobretudo quando este conhecimento se encontra seriamente ameaçado face ao decréscimo dos seus profissionais. Face a este cenário, a Associação preparou um dossiê para a formalização da candidatura do “saber-fazer da Calçada Portuguesa” ao Inventário Nacional Património Cultural Imaterial (tutelado pela DGPC), com carácter de salvaguarda urgente.
A proposta preconiza também uma série de medidas de salvaguarda, em áreas tão diversas como o estudo e investigação, a divulgação, valorização e sensibilização, a educação e transmissão e ainda a valorização patrimonial
A integração da Calçada Portuguesa na Lista do Inventário Nacional do PCI foi o primeiro passo de um caminho que, se tudo correr bem como estamos convictos, levará à etapa seguinte de avançar com a candidatura da Calçada Portuguesa à lista representativa do Património Cultural Imaterial da Humanidade (UNESCO).
#ComércioNaLinhaDaFrente | Serviços e Takeaway